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Novos Horizontes, Novas Oportunidades

MG
Projeto Concluído

O Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo e se apresenta no cenário mundial como um dos países mais violentos. Ao concluir suas penas, muitos presidiários encontram-se marginalizados devido ao preconceito enraizado na sociedade, dificultando a inserção no mercado profissional, fazendo com que muitos retornem ao mundo do crime.

O projeto Novos Horizontes, Novas Oportunidades surgiu com o objetivo de realizar a inclusão social, proporcionando a detentas do sistema prisional comum a possibilidade de realizar cursos de empreendedorismo e formação humana, promovendo o desenvolvimento de pessoas e evitando a reincidência criminal.

O curso estimulou as detentas a empreenderem de forma autônoma e incentivaram a contratação de egressas por empresas parceiras e pelo Programa de Inclusão Social do Egresso do Sistema Prisional (PRESP).

O objetivo geral foi promover a cidadania das pessoas que estão em cumprimento de pena restritiva de direitos no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto (PIEP), em Belo Horizonte (MG), visando criar alternativas para inserção profissional e a preparação para o mercado de trabalho.

Especificamente, os objetivos eram os seguintes:

  • Fortalecer o potencial humano para o trabalho de mulheres em situação de privação da liberdade despertando nelas a ressignificação do trabalho e estimulando a criação do Plano de Desenvolvimento de Vida;
  • Auxiliar as internas a construir o seu Plano de Desenvolvimento de Vida (PDV) e monitorar/acompanhar a evolução deste processo através de encontros mensais de verificação dos passos dados;
  • Estimular as empresas no apoio à instalação de unidade produtiva dentro da PIEP com a utilização da mão de obra das internas;
  • Mobilizar empresas para inserção profissional das egressas do Complexo Penitenciário atendidas pelas ações do projeto e também pelo PRESP;
  • Contribuir para o aumento da autoestima, para reduzir fatores de risco pessoal que colaborem com a reincidência criminal;
  • Atrair e incorporar as internas à proposta de construção de nova identidade profissional e social.

Metodologia

Para o desenvolvimento do projeto Novos Horizontes, Novas Oportunidades, os parceiros implementaram as ações de acordo com a metodologia de trabalho de cada instituição, que em geral, se assemelham na busca do desenvolvimento do indivíduo com protagonista da própria vida e na união dos esforços das instituições envolvidas (parceiros) com um objetivo em comum.

A metodologia adotou 4 principais eixos de atuação:

  •  Formação ao empreendedorismo, cursos e oficinas de formação profissional, que incentivaram as mulheres a inserir-se no mercado de trabalho de forma autônoma;
  • Oficinas de formação humana, que buscaram valorizar a pessoa e ajudar na compreensão do sentido do trabalho como espaço de expressão de si, na descoberta e desenvolvimento de aptidões pessoais e sociais favoráveis ao embate com as diversas situações de vida e, em especial, com o mundo do trabalho;
  • Mobilização de empresas para inserção de pré-egressas e egressas do Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto;
  • Sistematização do projeto Novos Horizontes, Novas Oportunidades, contribuindo para a avaliação das atividades e sua posterior replicação.

Resultados alcançados:

  • Atendimento a 64 mulheres no percurso da formação humana e social para o trabalho e a ressocialização;
  • 45 mulheres certificadas no curso de Empreendedorismo;
  • 52 mulheres certificadas no curso de Formação Humana;
  • 16 empresas prospectadas para abertura de vagas de trabalho;
  • Realização de 3 oficinas de 40 horas de Relacionamento interpessoal e trabalho;
  • Promoção de 10 encontros multidisciplinares entre a equipe técnica do projeto e a equipe técnica do Complexo Penitenciário;
  • Elaboração de 47 Planos de Desenvolvimento de Vida (PDV); Após a conclusão do projeto, foi acordado que, as detentas que realizaram os Planos de Desenvolvimento de Vida (PDV) serão monitoradas e acompanhadas em seu processo de evolução pela própria PIEP durante o cumprimento da pena;
  • Parceria com o PRESP, para, após o cumprimento da pena, realizar o acompanhamento das ex-detentas em seu processo de ressocialização;
  • Parceria com a Casa Fiat de Cultura para a visitação de internas da PIEP, em comemoração ao dia internacional da mulher;
  • Articulação com o SESI Minas Gerais, que realizou o Programa Cozinha Brasil para os funcionários da PIEP;
  • Parceria para a realização de palestras voluntárias com a repórter Érica Machado e com o professor Tio Flávio, que realizaram atividades complementares as ações do projeto, buscando maior envolvimento e motivação das mulheres encarceradas;
  • Identificação de alunas com o perfil e aptidão para abrir o próprio negócio após o cumprimento da pena;
  • Mudanças comportamentais em algumas alunas, onde foi possível verificar um despertar para a mudança, seja para o retorno à escola, para se candidatar a uma vaga em unidade produtiva, ou para retomar o contato com a família;
  • Envolvimento das alunas nas atividades do projeto, sinergia e respeito entre os alunos e os educadores.