Anuncio

800 pessoas são beneficiadas com cisternas e sistema de bioágua familiar na Bahia

Com resultados positivos, AVSI Brasil encerra projetos no semiárido nordestino em parceria com a Enel Green Power

Segundo a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, 278 munícipios do estado fazem parte da região semiárida do Nordeste. A seca atinge diretamente na realidade de famílias e cidades se tornando, muitas vezes, a causa da migração de nordestinos para outros estados. Diante desta realidade, a AVSI Brasil, em parceria com a Enel Green Power, iniciou em 2018 os projetos Bioágua Familiar e Cisternas (inseridos no programa Enel Compartilha Infraestrutura), em cinco comunidades dos municípios de Morro do Chapéu e Carfanaum, na Bahia.

Neste semestre, ambos os projetos encerraram suas ações colhendo resultados positivos. Ao todo foram 60 sistemas bioágua e 105 cisternas de 16 mil litros implantadas, impactando cerca de 800 pessoas diretamente.

“A equipe do projeto são as pessoas mais queridas que eu já encontrei na vida, são pessoas muito legais. Me deram confiança e eu não tenho palavras para agradecer os benefícios do projeto”, afirma dona Izaneide, moradora de uma das comunidades beneficiadas em Morro do Chapéu.

Os sistemas

O sistema de bioágua familiar é uma tecnologia de reutilização de águas que provém de atividades domésticas, que passam por tratamento em um filtro subterrâneo e segue para o armazenamento em um reservatório para ser utilizada na irrigação da produção de alimentos em quintais agroecológicos. O projeto Enel Compartilha Infraestrutura – Bioágua Familiar buscou contribuir para o desenvolvimento sustentável de famílias agricultoras das regiões, funcionando a partir de práticas agroecológicas de cultivo e sendo uma fonte saudável na obtenção de alimentos orgânicos e no combate à insegurança alimentar, que assolam a região.

Já o projeto Enel Compartilha Infraestrutura – Cisternas promoveu o acesso à água doce e o aproveitamento da água da chuva para as famílias, através da implantação de cisternas, que são reservatórios com dispositivos de limpeza parcial e que servem para armazenar água da chuva.

Atividades e oficinas

Além da implantação dos sistemas de bioágua e das cisternas, foram realizadas atividades e oficinas socioeducativas direcionadas às famílias beneficiárias a fim de disseminar o conhecimento sobre as tecnologias implantadas e estimular boas práticas para o cultivo agroecológico e segurança alimentar, promovendo, assim, melhoria na renda e saúde das famílias.

“Depois que fazemos a construção dos sistemas, as famílias são capacitadas para aprenderem como funciona a tecnologia. A gente não vai lá, constrói e vai embora. Queremos que eles saibam o que tem dentro da casa deles, como funciona, para que, se eles quiserem ou puderem ampliar esse projeto, eles tenham ferramentas que possibilitem isso”, destacou a gerente dos projetos, Patrícia Herkenhoff.

Já com foco na alimentação saudável e melhoria da qualidade de vida, foram desenvolvidas oficinas de educação alimentar e nutricional ministradas pela nutricionista Débora Carvalho. Para que os beneficiários conseguissem ter maior atenção e cuidado foi preciso exercitar a mudança de comportamento de forma gradativa até que fossem incorporados ao cotidiano, por isso a metodologia adotada foi trabalhar a educação alimentar associada à prática culinária possibilitando adaptações à realidade, sem modificar profundamente hábitos e costumes culturais.

“O projeto fez muita diferença na mesa dessas famílias e meu objetivo era ensiná-los a gastar o mínimo possível com alimentos industrializados, porque através de um levantamento feito no início das oficinas, foi constatado que eles consumiam muitos alimentos ultraprocessados”, conta a nutricionista.

Abordando sempre a promoção da saúde e qualidade de vida, as oficinas foram desenvolvidas incluindo atividades teóricas com apresentação oral e atividades práticas, nas quais foram ensinadas receitas balanceadas que envolviam alimentos cultivados nos quintais dos beneficiários.

Segundo a nutricionista, as oficinas e palestras sempre procuravam falar de alimentos que estivessem presentes no dia-a-dia da comunidade. “Falamos sobre rapadura, pois lá é uma comunidade que produz muito desse doce, e também sobre as plantas alimentícias não convencionais, que são plantas muito presentes na vida deles, mas que nem todos consomem, então o objetivo foi evidenciar o quanto esses vegetais são nutritivos”.

Além disso, como estratégia educativa, foram entregues na reta final dos projetos, 4 cartilhas educativas que abordavam os temas que foram trabalhados nas oficinas, sendo eles: Guia de uso e manutenção do sistema bioágua; Guia de agroecologia e dois Guias de educação alimentar e nutricional.

Confira a versão online dos guias: