Claudio Trindade — DF
O centro de acolhida Casa Bom Samaritano realiza o abrigamento temporário de famílias de pessoas refugiadas e migrantes venezuelanas em Brasília. Na época de festas juninas, a tradição brasileira cruzou com os costumes vindos da Venezuela e gerou uma grande troca cultural, resultando no ‘Arraiá da CBS’.
Com a presença de acolhidos, colaboradores, voluntários e a comunidade local, o Arraiá da CBS foi uma forma de integrar os beneficiários e apresentá-los aos costumes do país onde agora vivem, sejam eles as comidas típicas, a música e a tradicional realização da quadrilha junina. O evento também contou com um desfile de moda, a fim de promover a autoestima dos acolhidos.
“A festa junina é uma festa cultura e brasileira e que nos remete a muitas memórias felizes. Com isso, podemos proporcionar para os acolhidos esse mesmo tipo de memória, incentivando momentos de integração, acolhimento e pertencimento na comunidade”, comenta Graziella Guimarães, coordenadora da CBS.
A convivência entre brasileiros e venezuelanos tem se mostrado uma via de mão dupla de acolhimento, respeito e transformação. Esta troca cultural se revela uma ferramenta para reduzir preconceitos, fortalecer a empatia e criar redes de apoio que ajudam na adaptação das famílias venezuelanas ao Brasil.
“Foi a primeira vez que eu participei de uma festa como essa. Não era nada como eu imaginava, sendo ainda mais incrível de perto. A cultura do Brasil é muito diferente daquilo que eu vivia na Venezuela, principalmente as músicas que são escutadas aqui. Fiquei muito contente com a atenção e o carinho das pessoas durante a festa. Agradeço a todos que nos ajudaram e nos acolheram aqui”, confessa Omar Enrique, venezuelano acolhido na CBS.
O espaço é cedido em comodato pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para a gestão da AVSI BRASIL e o Instituto Migração e Direitos Humanos (IMDH), dentro do projeto Acolhidos Por Meio Do Trabalho, voltado para a integração socioeconômica de refugiados e migrantes venezuelanos.
A AVSI Brasil segue acolhendo a história de cada pessoa e apoiando o seu desenvolvimento até a autonomia. Exemplos como este, incentivam a troca cultural entre brasileiros e venezuelanos, sendo um processo construído em conjunto com a solidariedade, compreensão e acolhimento.
