Meu nome é Diana Vitorino Borges, tenho 20 anos e minha trajetória no judô começou em apresentação esportiva que assisti na escola que eu estudava. Acostumada a ver apenas homens nesse cenário, fiquei super entusiasmada ao ver uma judoca, fiquei feliz com a possibilidade de praticar essa modalidade mesmo sem ter nenhum conhecimento sobre ela.
Na minha casa éramos eu, minha irmã e meus pais. Como eles trabalhavam o dia todo, nós duas fazíamos parte do projeto Escola integrada, que contava com atividades educativas e recreativas para manter jovens afastados das ruas.
No ano seguinte, foi aberta a primeira turma de judô. No início eram cerca de 35 alunos sob as instruções do Sensei André Fernandes, com enorme admiração ao atleta Luciano Corrêa, padrinho do projeto. Com o passar do tempo, a quantidade de crianças querendo fazer parte da turma só aumentava. Os alunos do judô começaram a ficar conhecidos na escola por praticar, fora do tatame, os valores da modalidade. Nós também tivemos a oportunidade de competir e o projeto começou a ganhar visibilidade com isso.
Dentro do judô e do projeto pude crescer, me tornar uma pessoa melhor, aprendendo a respeitar o meu limite e o limite dos outros, tudo isso longe da criminalização e do amadurecimento precoce que são uma realidade na região onde cresci. Além disso, viajei para vários estados para competir e fiz amizades que ainda são presentes em minha vida. Atualmente, estou tenho a oportunidade de estagiar como estudante de educação física, auxiliando nas aulas para crianças a partir dos 6 anos.
Grande parte das chances que tive na vida foram por conta do projeto. O Esporte Sem Fronteiras é a minha segunda família, só agradeço a todos os atletas de dentro e fora do tatame por tudo que eles e os outros voluntários do projeto fazem por nós.