Anuncio

Jorge Jesus

Sou técnico em contabilidade, mas comecei a trabalhar...

Jpeg
Jpeg

Sou técnico em contabilidade, mas comecei a trabalhar aos 14 anos como office boy, depois fui motorista e também trabalhei como supervisor pessoal. Nesse último, eu tinha que fazer advertência, dar suspensão em funcionário e solicitar demissões. Muitos choravam, outros me ameaçavam de morte e, devido a isso, me aconselharam a comprar uma arma para me proteger. Esse foi o único deslize que cometi, por conta de influências. Eu fui preso em flagrante no dia que comprei a arma na rua.

É uma experiência que nunca havia passado e não aconselho ninguém. Na minha família eu fui o primeiro a passar por uma situação como essa e espero ser o último, perdi muita coisa na minha vida por conta disso. Após ficar preso por 8 dias, fui liberado para responder ao processo em liberdade. Depois da determinação do juiz, fui para o Setor de Fiscalização de Penas Substitutivas (Sefips), onde me perguntaram se eu tinha alguma restrição quanto a algum tipo de serviço.

O primeiro serviço comunitário que prestei foi no Parque Mangabeiras, participei de uma aula maravilhosa. As explicações dadas pelo pessoal da brigada de incêndio foram excelentes. Eles foram atenciosos, explicando e tirando dúvidas sobre qualquer coisa que perguntávamos. Além disso, teve café da manhã e almoço.

Tanto no curso, como no primeiro dia de serviço no Parque Lagoa do Nado, fomos bem tratados. Ao chegar, conheci o Fábio, gerente do parque, que nos deu a maior atenção. Aqui dentro nós somos tratados como colaboradores da Prefeitura e atuamos na portaria do parque orientando os visitantes sobre como prevenir ações que possam gerar incêndios ou prejuízos ao espaço. Também trabalhei no Parque Serra do Curral, foi maravilhoso, pois o pessoal de lá é incrível.

Fizemos também um serviço no Parque Planalto, onde plantamos três árvores. Quando começamos a fazer o plantio, os visitantes pediam para nos ajudar e foi algo que eu gostei muito, foi ótimo.

A capacitação foi muito positiva e tem ajudado demais nas entrevistas, pois é uma qualificação a mais. Sempre me perguntam sobre o curso e, atualmente, a maioria das empresas pedem que os funcionários façam o curso de brigada de incêndio.

Para mim, o norte disso tudo é o aprendizado, hoje posso dizer que estou bem melhor mentalmente, espiritualmente e profissionalmente. Aprendi a gostar mais da natureza e me conscientizei em relação à ecologia e à prevenção de incêndios florestais.

Depois de um ano desempregado, consegui um emprego. O Fábio e Thatiane, do projeto Revitalizar, me ajudaram muito nesse sentido. Eles me orientaram e acalmaram em tantos momentos difíceis. Assim que eu terminar de cumprir minha pena, tenho a intenção de voltar a estudar, fazer uma graduação em direito e arrumar um bom emprego.