Antes de vir para o abrigo, passei um tempo na rodoviária, onde minha filha, na época com dois meses de idade, acabou pegando uma pneumonia muito forte. Depois disso, recorri ao pessoal da ACNUR e consegui ser abrigada. Me sinto muito bem em relação a equipe do projeto, pois estão sempre pensando em como atender as nossas diversas necessidades, como segurança, documentação, saúde, entre outros.
No início, sentia um incômodo no abrigo. Eram muitas pessoas e eu não conhecia ninguém, mas aos poucos fui fazendo amizades. A primeira atividade que eu participei foi uma roda de conversa de mulheres, na qual pude ouvir histórias de outras refugiadas e de colaboradoras da AVSI. Através dessas atividades e oficinas, é possível sair da rotina do abrigo, conhecer pessoas e enxergar novas realidades. Eu acho essas ações muito educativas, principalmente para jovens e adolescentes como eu.
Hoje me sinto confortável e segura no abrigo. Se pudesse descrever minha relação com o projeto em uma palavra, seria amor. Daqui para frente, eu desejo continuar meus estudos, diferente da Venezuela, onde não tive essa oportunidade. É o meu sonho é estudar direito.