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Manutenção dos sistemas de bioágua é tema das oficinas com os agricultores familiares

A terceira oficina de manutenção de Bioágua relembrou os cuidados indispensáveis com a tecnologia e as oportunidades que se abrem a partir da sua implantação

Os agricultores familiares aguardavam ansiosos a equipe do projeto de Segurança Alimentar para o Semiárido de Pernambuco na manhã de quinta-feira (30) para participar da oficina de manutenção do bioágua familiar. A atividade estava marcada para acontecer na Associação do Umbuzeiro, em Calçado (PE), mas reuniram também beneficiários de Jupi e Lajedo. A inciativa tinha como objetivo esclarecer como as famílias podem fazer a manutenção do sistema e frisar os cuidados com a irrigação e com o filtro biológico.

A primeira etapa da oficina foi teórica e Adriana Gouveia, responsável pelo componente de Obras e Mobilização do projeto pela AVSI Brasil, relembrou sobre os cuidados com as saídas de água e entregou para todos os agricultores um coador de pia que diminui a quantidade de comida na encanação. Além disso, a facilitadora pontuou sobre a atenção e responsabilidade que os agricultores devem ter com as minhocas, a limpeza semestral do pó de serragem, com a moto bomba e com a irrigação por gotejamento para os quintais produtivos.

Na parte prática, o representante da Hidrocon Construtora & CIA LTDA, empresa contratada para construir a tecnologia, explicou passa a passo como deve ser feita a limpeza da caixa de gordura, troca do pó de serra, limpeza dos garfos, ligamento correto da moto bomba e os cuidados com a irrigação por gotejamento. “Muito bom, aprendi a limpar os garfos, não conhecia essa forma. Também aprendi a como usar corretamente a bomba e balançar para que a entrada do oxigênio não interfira no seu funcionamento”, comentou a beneficiária.  

Além de esclarecer os cuidados indispensáveis com o sistema de bioágua familiar, a oficina se mostrou como um momento de apresentar oportunidades a partir da implantação do sistema. Foi observado também que uma simples dúvida pode gerar novas perspectivas como aconteceu com a Josefa Lenilde Rodrigues da Silva, de Lajedo. “Depois que a gente tiver muita minhoca, o que a gente faz com ela?”, perguntou. Na ocasião, Adriana Gouveia informou que existem duas possibilidades para as minhocas: vendê-las ou colocá-las no quintal produtivo, distribuindo-as nos canteiros para que façam seu papel na natureza, que é arar a terra e produzir húmus na área, aumentando seu potencial produtivo.

A facilitadora também propôs que os agricultores se unissem e disponibilizassem alimentos agroecológicos para restaurantes, empreendimentos na sua região e possíveis feiras agroecológicas. “Com o Bioágua, esperamos que esses agricultores tenham alimentos durante todo o ano. Eles podem se unir e fechar acordos comerciais na região o que ajudaria a aumentar a renda familiar de cada beneficiário”, alertou Adriana Gouveia.