Alunos do projeto Semente de Ciência realizaram serviços para a comunidade
Os alunos do curso profissionalizante de Help Desk, do projeto Semente de Ciência, realizaram na última semana de aula o Mutirão Digital, atividade que permite aos moradores da região do subúrbio de Salvador receber manutenção em seus equipamentos digitais pelos jovens do curso.
O Mutirão se estendeu por duas semanas, criando a oportunidade de desenvolvimento prático do conteúdo teórico aprendido em sala de aula, além de possibilitar o exercício de suas habilidades em situações reais, atendendo os moradores e identificando erros nos aparelhos, realizando manutenções preventivas e consertos de dezenas de computadores.
“O Mutirão Digital serve para os jovens terem a experiência de prestar serviços a sua comunidade e com isso se sentirem úteis e colocados nesse mundo do trabalho, de qualquer âmbito profissional. Conta também como experiência em currículo, ou seja, será um jovem com experiência de 20 horas de atendimento e de serviços em informática em geral”, explica o professor Cássio Leal, um dos educadores que organizou e supervisionou o trabalho dos jovens.
A experiência vai além dos computadores: os jovens também se empenham e são avaliados ao realizar um atendimento, na organização e registros dos equipamentos e no trabalho em equipe. O intuito do Mutirão digital é conduzir a uma vivência real de um suporte ao usuário, capacitando os jovens a lidar com situações-problema, com a comunicação com o cliente e a compreender a dimensão do trabalho. “Além disso, a intenção também é apresentá-los ao mercado de trabalho, fazer com que a comunidade conheça os jovens e assim eles possam empreender”, complementa Fábio Crispim, professor supervisor do curso.
A aluna Lilian Vidal, de 16 anos, comenta que vai levar essa experiência para a vida toda. “O professor nos ensinou a teoria e também a prática, mas no Mutirão é diferente, é como se eu já estivesse trabalhando no setor”. Sua colega de classe Bárbara Brenda, 18 anos, concorda: “Foi algo muito importante, é algo que nunca pensei que poderia fazer e nem que teria interesse em trabalhar em equipe. Vou levar muita experiência prática de como ser verdadeiramente um suporte técnico em informática”,
Intervenção Comunitária
O Mutirão também contribui para estabelecer a relação com a comunidade, fazendo os jovens compreenderem a dimensão social do trabalho. Além de atender moradores das próprias regiões, oferecendo um serviço pouco acessível para algumas pessoas, cada máquina era avaliada pelo custo de um quilo de alimento não perecível, que serão doados para comunidades carentes. “Percebemos que é algo bom para a gente e para a comunidade, que pôde usufruir dos nossos serviços dando algo que será de bom uso para outras pessoas, que é o quilo de alimento. Todos saem ganhando”, avalia a jovem Raiane Alves, 17 anos.
A receptividade e participação da comunidade foi percebida na confiança em que os moradores depositavam no trabalho dos jovens, trazendo cada vez mais equipamentos e divulgando seus trabalhos. O aprendizado dos jovens foi nítido para os professores: “Em uma semana beneficiamos 50 pessoas da comunidade e os alunos se sentiam felizes ao resolver um problema e quando não resolviam, sabiam orientar o cliente. Eles vibravam ao ver o computador chegar sem dar um sinal de vida e, depois do trabalho deles, ver o sistema funcionando”, frisa orgulhoso o professor Cássio Leal. O evento também impacta os mais experientes no serviço, que
comentam que a vivência adicionava mais conhecimento a eles próprios. “Eu vou aprendendo a cada mutirão, tanto com os alunos, quanto com a comunidade. E eles aprendem uma maneira de encarar esse ambiente de trabalho”, complementa o professor Fábio Crispim.
Semente de Ciência
O projeto Semente de Ciência é desenvolvido pela AVSI Brasil, com o financiamento do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS).
