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VENEZUELANOS FALAM SOBRE EXPECTATIVAS A PARTIR DA OPORTUNIDADE DE TRABALHO NA CAPITAL FEDERAL

Refugiados foram interiorizados para trabalhar em Brasília por meio de parceria entre AVSI Brasil, Refúgio 343 e Grupo Levvo

Há duas semanas em solo brasiliense, 27 refugiados venezuelanos já conseguem traçar novos planos a partir de uma oportunidade de trabalho. Onze deles foram contratados para iniciar as atividades numa rede de fast-food gerenciada pelo grupo Levvo, no Distrito Federal. Sete chegaram acompanhados por familiares e os outros quatro são solteiros e desembarcaram sozinhos.

Em comum, todos eles migraram para o Brasil em busca de novas oportunidades e estavam abrigados entre os 13 centros de acolhimento da Operação Acolhida em Boa Vista, Roraima. Com a interiorização pelo trabalho, a rotina agora já está diferente. Eles foram para o Distrito Federal com a garantia de uma moradia temporária, suporte para alimentação diáriae o acompanhamento de um assistente social para apoiá-los na integração com a empresa e na comunidade local durante três meses. Os benefícios estão previstos no projeto Acolhidos por meio do trabalho, gerenciado pela AVSI Brasil.

Logo nos primeiros dias após a chegada, o grupo foi reunido para uma sessão informativa sobre o projeto e sobre a nova cidade de acolhida. A atividade foi conduzida por Matheus Neves, assistente social que irá acompanha-los durante os três próximos meses, e contou com momentos interativos para integração do grupo. Numa das atividades, denominada Teia, eles interagiram em rede com um barbante em mãos e se apresentaram individualmente, falando o que pretendem realizar daqui para a frente.

O jovem Alfonzo José, 18 anos, relatou que vai buscar aperfeiçoamento no trabalho e pretende ajudar parte da família que ficou no seu país. “Quero trabalhar e ajudar minha família a encontrar estabilidade. Também penso em continuar meus estudos e fazer uma especialização na minha área”, disse. Ele foi interiorizado junto com o seu pai, Alfonzo de Jesus, 63, que não está trabalhando atualmente, mas pretende realizar ações comunitárias em breve. Já as duas irmãs ficaram na Venezuela, pois precisam concluir os estudos.  Elas vivem com a mãe no estado Bolívar.

Marianny Isolina, 29, também é uma das pessoas contratadas para trabalhar no DistritoFederal. Ela foi interiorizada com o marido e três filhos menores. “Quero trabalhar e estudar. Também pretendo ajudar a minha família, tanto a que veio comigo, como a que ficou na Venezuela e pretendo demostrar a todos o meu empenho no novo trabalho”. A venezuelana também reforçou que está disposta a seguir adiante levando consigo os aprendizados que a vida proporcionou. “Que possamos esquecer os momentos ruins e levar conosco só as coisas boas, como um grande aprendizado para o futuro”, disse.

Em seguida eles participaram de uma atividade artística onde desenharam as próprias mãos e escreveram sobre seus desejos e expectativas.

Anitzbelis Josefina, 24, escreveu que pretende adquirir novos conhecimentos no trabalho para proporcionar melhores condições para a família. Ela foi interiorizada com o marido e um filho de quatro anos.

Solteira e sem acompanhante familiar, Rut Sinai, 28 anos, destacou que pretende conhecer melhor a nova cidade e a sua cultura. “Vou dar o melhor de mim sempre. Quero aprender com as pessoas e, ao mesmo tempo, crescer e me desenvolver”, escreveu.

Anabel del Carmem foi interiorizada com o marido, Josué David, contratado para trabalhar no DF. Ambos têm 18 anos. Ela quer concluir seus estudos e pretende conquistar um novo trabalho em Brasília. “Gostaria de entrar numa universidade para cursar Turismo, pois pretendo aprender novos idiomas também. Quero me tornar uma grande profissional e ajudar minha família, podendo retribuir tudo o que ela fez por mim”, concluiu.

Todos os novos contratados passaram por um processo seletivo realizado em Boa Vista. A ação contou com o apoio da organização humanitária Refúgio 343, responsável pela realização das entrevistas, bem como pela preparação dos candidatos para a nova oportunidade profissional.

Os venezuelanos já iniciaram as atividades no início deste mês. A empresa contratante vem adotando todas as medidas preventivas contra a Covid-19 em seu quadro de colaboradores, como controle de higienização, uso de máscaras, aferição de temperatura diária, distanciamento, entre outros, e oferece apoio psicológico aos funcionários, para que se sintam seguros no ambiente de trabalho, disponibilizando o atendimento de médicos, psicólogos e outros profissionais, por meio de uma central telefônica.

Sobre o Acolhidos por meio do trabalho

Gerenciado pela AVSI Brasil e Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), o projeto Acolhidos por meio do trabalho facilita a interiorização de refugiados e migrantes venezuelanos dos centros de acolhimento de Roraima para outras cidades brasileiras, onde há oportunidade de trabalho. O projeto também tem o envolvimento da Fundação AVSI (Itália) e AVSI-USA e é financiado pelo Departamento de População, Refugiados e Migração (PRM), do governo dos EUA. Leia mais sobre o projeto aqui. https://bit.ly/2v2EJzq