O Centro de Acolhida Casa Bom Samaritano é um espaço localizado em Brasília, onde é realizado o projeto Acolhidos, implementado pela AVSI Brasil em parceria com o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), Fundação AVSI e AVSI-USA, com o financiamento do Departamento de População, Refugiados e Migração (PRM) do Governo dos EUA e o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que cedeu generosamente o espaço.
Desde a sua inauguração em fevereiro de 2021, o Centro de Acolhida Casa Bom Samaritano já recebeu mais de 590 venezuelanos, com o objetivo de visar o desenvolvimento humano integral. Para isso, um programa especial vem sendo implementado, onde todos os beneficiários do projeto recebem atenção em várias dimensões e esferas: formação, atenção integral às crianças, capacitação para o trabalho, acompanhamento em casos de alguma enfermidade ou necessidade de atenção à saúde, momentos diários de oração, atenção psicológica e orientação jurídica.
A Casa Bom Samaritano oferece um trabalho integral e organizado com metodologia de cogestão, ou seja, os acolhidos participam para que este período de vivência ofereça às pessoas oportunidade de se inserir num processo metodológico colaborativo e democrático. É dentro desse contexto, em relação ao funcionamento e desenvolvimento da prática e metodologia da Casa Bom Samaritano, que a ONG espanhola Cesal enviou três representantes do Peru para uma visita à casa na sexta-feira dia 10 de novembro.
A Cesal iniciou seu trabalho no Peru em 1992 e desde então executou mais de 250 programas e projetos de desenvolvimento em diferentes regiões do país. Atualmente, está presente nas regiões de Lima, Ucayali e Apurímac, atendendo às necessidades das famílias peruanas e dos migrantes venezuelanos, das comunidades indígenas e dos produtores agrícolas mais vulneráveis do país em diferentes setores de intervenção, como educação, desenvolvimento econômico local, promoção do emprego, da saúde, da governação e da sociedade civil, da ação humanitária e do ambiente e das alterações climáticas.
Durante a visita, foi realizado um tour pelas instalações da casa com a gerente especial do projeto Acolhidos, Juliana Hungria, o coordenador da Casa Bom Samaritano, Paulo Tavares, e a oficial de mobilização comunitária e voluntariado, Beatriz Silva. Também foi proposto às representantes da Cesal que pudessem conhecer e dialogar com beneficiários do projeto e, por isso, ocorreu uma roda de conversa com Andherson Armando Vargas Diaz, 34 anos, e Miurika Ariyuri Alicando Chacare, 39 anos, que contaram sobre suas histórias, a chegada até a casa e os resultados alcançados dentro do processo de interiorização.
A visita da Cesal ao Centro de Acolhida Casa Bom Samaritano reforça a relevância do intercâmbio de boas práticas com instituições que realizam trabalhos similares na América do Sul. Segundo a gerente especial do Acolhidos, Juliana Hungria, a missão do projeto é “contribuir para que esses migrantes e refugiados venezuelanos possam encontrar um caminho de protagonismo nas suas jornadas no Brasil, e isso só é possível através de um acompanhamento completo com as pessoas que mais necessitam. Nesse sentido, a Casa Bom Samaritano é um espaço de integração que tem se tornado uma referência de sucesso dentro da Operação Acolhida. Nós da AVSI ficamos honrados em sermos procurados por outras instituições latino-americanas que desempenham um trabalho similar na acolhida de venezuelanos”.
