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Agricultores trocam experiência sobre manutenção do bioágua familiar no Semiárido

Ação realizada pelo por projeto no Semiárido apoiou agricultores a experimentarem o minhocário como método sustentável para prática de vermicompostagem

Os agricultores escutaram com atenção as lições acerca da manutenção do Sistema de Bioágua Familiar e do minhocário. Cada instrução é importante e pode gerar bons frutos para os participantes da oficina que percorreu os municípios de Caetés, Calçado, Lajedo, Garanhuns e Jupi, em Pernambuco. A atividade, realizada entre os dias 1º e 5 de fevereiro, envolveu as famílias beneficiárias do projeto Segurança Alimentar e Nutricional para o Semiárido de Pernambuco (SAN) e, além de conhecimento, os beneficiários vivenciaram na prática os ensinamentos e aprenderam o manuseio correto das tecnologias e técnicas sustentáveis.

A coordenadora de obras e mobilização do projeto, Adriana Gouveia, explica que a iniciativa visa auxiliar a troca da serragem, material orgânico que compõe o filtro biológico do sistema, e incentivar os agricultores a experimentarem o método sustentável de vermicompostagem, construindo um minhocário e difundindo práticas agroecológicas.

As chuvas atrapalharam a ida de alguns beneficiários às oficinas, mas em compensação ajudaram a semear sorrisos nos agricultores que aproveitaram o momento para plantar. O Sertão estava em festa. Uma das mais felizes era a beneficiária Edvânia dos Santos Ferreira, moradora do Sítio Oiteiro, em Garanhuns. Em meio às lições da oficina, a agricultora mostrou com orgulho seu quintal que está produzindo cenoura, beterraba, pimentão, couve, cebolinha e coentro. “Sempre tenho plantio com o meu bioágua e sempre consigo produzir para consumo e para vender. Tenho muita gratidão pelo trabalho e apoio da equipe”, afirmou a agricultora.

Já em Caetés, apenas 4 pessoas faltaram. Resultados como esse demonstram o envolvimento dos agricultores e da Secretaria de Agricultura do município, que sempre apoiou a mobilização e a iniciativa de forma geral, uma vez que disponibiliza um técnico na área de agricultura para acompanhar as famílias. “Eles têm mais segurança com o projeto porque sabem que terão um técnico com conhecimento na área”, explicou Gouveia.

Essa confiança é muito importante para que o trabalho dê o retorno necessário, como é o caso do agricultor Francisco dos Santos, do Sítio Agreste Velho, de Caetés. “Nunca parei minha produção e sempre consigo regar oito leirões, mesmo quando não tem muita água no bioágua eu complemento. Sempre consigo vender os meus produtos e, com o bioágua, eles estão mais viçosos. Isso me dá mais rendimento na venda”, relata.

Quem vê os quintais produtivos do Sistema de Bioágua Familiar gerando de um tudo e deixando os agricultores felizes nem se dá conta de que a tecnologia causou certo estranhamento em seu início. “A novidade realmente gera um certo estranhamento entre os agricultores, mas hoje eles reconhecem a importância do sistema”, explicou Gouveia que espera que a resistência com o minhocário também seja passageira. Segundo a coordenadora de obras e mobilização, em todas as oficinas, o minhocário causou uma repercussão muito grande quando os agricultores entenderam que o método é muito importante para a melhoria do solo e para manutenção constante da matriz da minhoca do bioágua e todos ficaram interessados. “Acredito que todos os que participaram vão fazer”, acredita Adriana Gouveia.