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Atividades lúdicas e ação ambiental marcam celebração do Dia das Crianças na Casa Bom Samaritano

Por: Claudio Trindade – DF

Gincanas, atividades lúdicas e conscientização marcaram o evento em alusão ao Dia das Crianças, celebrado no dia 12/10, no centro de acolhida Casa Bom Samaritano (CBS), em Brasília (DF). Realizado pela Associação Voluntários para o Serviço Internacional – Brasil (AVSI Brasil) e o Instituto Migrações e Direito Humanos (IMDH), dentro do projeto Acolhidos Por Meio Do Trabalho, em parceria com o Centro Universitário de Brasília (CEUB), o encontro reuniu crianças e adolescentes venezuelanas acolhidas para uma tarde de atividades com a comunidade brasileira.

O evento também marcou o lançamento oficial do projeto Clima e Deslocamentos Humanos, uma iniciativa do IMDH, em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), que pretende aprofundar a compreensão e a resposta humanitária diante da relação entre crise climática e deslocamentos migratórios.

“Nós acreditamos profundamente em uma educação integral para que as crianças possam aprender de maneira integral, entre tudo, sobre a questão da justiça climática e alimentar a esperança delas para que sejam “guardiãs” da natureza. Elas têm todo o potencial de continuar cultivando a natureza e cuidando do meio ambiente. A escolha do ipê simboliza colocar no coração e na mente das crianças a importância deste cuidado”, comenta Irmã Rosita Milesi, diretora e fundadora do IMDH.

Na ocasião, jovens venezuelanos participaram de um cerimonial e plantaram um ipê junto da Irmã Rosita em um ato simbólico que representa crescimento, força, resistência e renovação, que ressoam sobre o tema de mudanças climáticas e migração. Junto com a comunidade de brasileiros voluntários da CBS, todos os participantes seguiram para um lanche coletivo, encerrando o dia de muitas brincadeiras com as crianças.

As atividades incentivam a participação comunitária, por meio do intercâmbio cultural entre brasileiros e venezuelanos, reforçando o compromisso social da causa humanitária no acolhimento de refugiados e migrantes no Brasil. Para Vilene Carneiro, analista socioassistencial do projeto Acolhidos, ações como essa destacam a importância do trabalho coletivo para a integração social no país.

“Momentos de conscientização ambiental são muitos importantes, porque aproximam as famílias e fortalecem valores de cuidado e responsabilidade onde estão vivendo. Essas ações geram um sentimento de pertencimento e mostra de cada um de nós podemos contribuir com um futuro mais sustentável, através do cuidado com o meio ambiente”, comenta Vilene.

Para as famílias venezuelanas acolhidas, o momento representa integração e acolhimento humano em uma fase de recomeço. Vindas de um processo migratório, a família de Naileth Guerra, agradece pelo apoio que recebeu do projeto Acolhidos até o momento. “A atividade de hoje foi algo muito emotivo, porque ver os olhos das minhas filhas brilhando me encheu de alegria. Ver todas as crianças da Casa Bom Samaritano recebendo essa atenção e amor me causa muita felicidade, porque elas estão conhecendo novas coisas. Fomos convidados a semear um bom futuro, onde as crianças puderam plantar e cuidar de mudas de árvores, onde entenderam a importância de cuidar do meio ambiente”, destaca Naileth.

O projeto Acolhidos incentiva a integração socioeconômica de famílias venezuelanas no Brasil, através da qualificação profissional e a inserção laboral de maiores de idade. Por meio de ações como essa, o projeto reforça o compromisso com a missão de acolher, proteger, promover e integrar refugiados e migrantes venezuelanos no país.

SOBRE O PROJETO ‘CLIMA E DESLOCAMENTOS HUMANOS’

O projeto ocorre pelo Prêmio Nansen de Refugiados 2024, concedido à Irmã Rosita Milesi, referência nacional na defesa dos direitos de pessoas refugiadas e migrantes. O projeto busca abordar os desafios e o impacto das mudanças climáticas sobre os deslocamentos humanos.

A escolha do ipê representa a força e resistência, símbolos que dialogam tanto com a luta por justiça climática quanto com a esperança de que novas raízes possam ser firmadas e, assim, florescer mesmo em contextos de deslocamentos. “Assim como a árvore cresce firme e colorida em meio às estações, também as pessoas em mobilidade trazem consigo a potência da vida, da diversidade e da renovação”, explica Ir. Rosita.