Fortalecendo o compromisso em promover os direitos humanos para pessoas em vulnerabilidade, o embaixador da Itália no Brasil, Alessandro Cortese, visitou o centro de acolhida Casa Bom Samaritano (CBS), em Brasília (DF), nesta quarta-feira (03/12). O espaço é dedicado ao apoio à refugiados e migrantes venezuelanos com foco na integração socioeconômica de famílias no Brasil, através do projeto Acolhidos Por Meio Do Trabalho, implementado pela AVSI Brasil e pelo Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH).
Durante a visita, a coordenadora da Casa Bom Samaritano, Graziella Guimarães, apresentou o funcionamento do espaço, que oferece abrigo temporário, acompanhamento social, atividades formativas, apoio psicossocial e articulação para oportunidades de trabalho.
“A Casa Bom Samaritano é uma estrutura na cidade de Brasília destinada a integração socioeconômica através de oportunidades de trabalho para refugiados e migrantes venezuelanos. Essa é uma iniciativa de êxito entre o IMDH e a CNBB, que mostra como é possível integrar a comunidade de acolhida que tem interesse em recomeçar a vida aqui no Brasil. É sempre importante considerar que uma resposta integral às emergências do fluxo de refugiados e migrantes precisa de uma grande aliança, portanto estamos estruturando novas parcerias para poder continuar integrando famílias venezuelanas no país”, comentou o presidente da AVSI Brasil, Fabrizio Pellicelli.

Na ocasião, estiveram presentes representantes da embaixada da Itália no Brasil, da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Irmã Rosita Milesi (IMDH), Fabrizio Pellicelli (AVSI Brasil), colaboradores do projeto Acolhidos, além de funcionários da empresa de aluguel de automóveis, Localiza, representados por Ricardo Almeida, Lívia Meira e Diuliano Azanki, que trouxeram contribuições nas ações de empregabilidade e mobilidade da população refugiada ou migrante.
“Com grande senso de responsabilidade, a CBS mantém uma relação estreita com empresas que se abrem para acolher em seus quadros de pessoal os refugiados e migrantes. Por outro lado, um amplo rol de empresas amigas da Casa Bom Samaritano estão sempre abertas a receber os acolhidos e acolhidas, numa parceria que vai se consolidando e se ampliando como espaço para a integração destas pessoas. Esta corresponsabilidade é fator significativo no caminho para a integração com autonomia quando as famílias encerrarem seu período de acolhimento na Casa Bom Samaritano”, comenta Ir. Rosita, diretora e fundadora do IMDH.
A partir do trabalho em equipe, as famílias vão desenvolvendo sua autonomia socioeconômica no Brasil. As parcerias reforçam o papel que as organizações parceiras têm na condução de estratégias que ampliam o alcance do atendimento humanitário, gerando pertencimento e integração plena na região.
Ao final do encontro, os participantes participaram de uma roda de conversa com os beneficiários apoiados pelo projeto Acolhidos, permitindo ao embaixador ouvir relatos sobre o percurso migratório, o apoio recebido no país e os resultados alcançados através de iniciativas de inclusão de vida das famílias no Brasil.
“Eu acho que este seja um modelo fantástico e acredito que esta Casa é uma prova de que funciona. Através dos depoimentos, fiquei contente de saber os resultados alcançados. É um grande modelo de acolhida que ajuda as pessoas em um período breve”, destacou o embaixador da Itália no Brasil, Alessandro Cortese.

O projeto Acolhidos segue incentivando ações de cooperação entre instituições, setor privado e demais organismos internacionais para garantir a promoção de direitos humanos e a retomada do protagonismo de pessoas em vulnerabilidade.
“Eu estou no Brasil junto com meus quatro filhos. Chegamos aqui com um pouco de dificuldade, mas fomos bem recebidos pela equipe da AVSI desde Pacaraima (RR) até a Casa Bom Samaritano. Meus filhos estudam, estão em uma boa escola e, graças a Deus, meu esposo e eu estamos trabalhando. Hoje vivemos bem e podemos comprar nossas coisas pouco a pouco”, comenta a ex-acolhida e atual colaboradora do projeto Acolhidos, Ashlly de Besanta.

O trabalho é um elemento fundamental tanto para a realização pessoal, quanto para assegurar o sustento próprio e da família. No total, desde sua implementação, a Casa Bom Samaritano já acolheu 248 famílias, representadas por 1.021 refugiados e migrantes venezuelanos, reforçando o compromisso conjunto com práticas de acolhida, apoio direto às famílias e construção de caminhos de integração social e econômica no Distrito Federal.