90 pessoas acompanharam e participaram de discussões sobre temas-chave para a organização
“Aceitei o convite para participar de uma convenção, mas, para mim, o que vi aqui nesses dias foi uma lição de vida”. Dessa forma Victor Villarreal, representante do Instituto Venezuela, definiu sua participação no Encontro Anual da AVSI Brasil nesta semana, em Salvador. O venezuelano participou de todo o encontro e abordou em sua apresentação a integração econômica de migrantes refugiados venezuelanos.
Durante 3 dias (de 02 a 04 de dezembro), foi possível compartilhar experiências, aprofundar a discussão sobre temas-chave para a organização e renovar a motivação ideal pela qual cada colaborador atua, nos 11 estados brasileiros onde a instituição está presente.
A temática venezuelana também foi abordada pelo representante do ACNUR (a Agência da ONU para os Refugiados) no Brasil, José Egas, que contribuiu especialmente para a discussão sobre a Operação Acolhida para migrantes e refugiados venezuelanos em Roraima, um modelo integrado e subsidiário entre o Governo Federal, as agências da ONU e a sociedade civil. Junto com ele, o Coronel Souza Holanda, representando o Exército Brasileiro, e Lucas Matos, colaborador da AVSI Brasil em Roraima, puderam contar suas experiências sobre o tema.
Para Lucas, “a coisa mais marcante nesse projeto são os vínculos com as pessoas. Dedicamos tempo para conhecer as pessoas e acabamos nos tornando uma referência para elas. Me sinto conectado ao local onde meu coração sempre esteve: na ação humanitária”.
Cerca de 90 pessoas participaram do encontro, entre eles colaboradores, parceiros, beneficiários e membros da Fundação AVSI. Eles puderam conhecer melhor o caminho realizado pela AVSI Brasil e parceiros para contribuir com a integração socioeconômica de migrantes e refugiados venezuelanos junto com a Indústria São Miguel no último ano e as perspectivas para 2020 em parceria com o Instituto Venezuela, a empresa Sodexo e o Governo Americano.
A programação trouxe também o exemplo de parceria para o projeto Vozes Daqui, em Pernambuco, que conta com a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) e a Fundação Banco do Brasil. “Atuar em parceria é bom, porque existe um compromisso de médio prazo que permite alcançar mudanças e aumentar o impacto das ações. Com as parcerias, conseguimos ir além”, ressaltou Eduardo Elias, da FCA. Para Rogério Bressan Biruel, da FBB, “a AVSI é uma instituição referência em gestão, acompanhamento e mobilização de projetos e isso faz toda a diferença no bom uso do investimento social”.
Patrimônio de projetos e atuação em rede
O desenvolvimento de cada filial foi apresentado pelas gestoras e gerentes especiais de projetos em 11 territórios (Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, São Paulo e Distrito Federal). Elas contaram os desafios enfrentados, os recursos investidos em 2019 e a previsão 2020, a riqueza dos projetos locais e a satisfação pessoal em pertencer à AVSI Brasil.
Além do trabalho no Brasil, houve espaço para conhecer melhor a atuação em rede com filiais e organizações sócio-fundadoras da Fundação AVSI na América Latina, após 2 anos de experiência. A descentralização regional da Fundação com a colaboração da AVSI Brasil tem como elementos de valor: a possibilidade de sinergia, o diálogo com sujeitos em campo, a revitalização das filiais da Fundação, o método comum de relações e a capacidade de responder demandas em nível regional, que já dá bons frutos, como o aumento do número de projetos.
Método e visão ideal
O método de atuação da AVSI Brasil e a sua visão para o desenvolvimento foram temas centrais no Encontro Anual, abordados pelos convidados Julián de La Morena e Benedetta Fontana.
Para Julián, a AVSI tem uma identidade clara, uma proposta que coloca as pessoas numa posição mais justa para encarar os próprios problemas e assim se tornar protagonista da própria vida. Ele chamou atenção para um grande valor da instituição, que está no modo como realiza os projetos, e para o bem maior da organização: as pessoas que a compõem (os colaboradores que realizam os projetos, os parceiros que confiam os recursos e se envolvem para atuar em conjunto e o público beneficiado pelas iniciativas).
Para ele, é preciso ser fiel à própria origem, com atenção e abertura ao que acontece, mantendo um “fogo”, uma chama acesa, que contribui para dar soluções equilibradas, duradouras e fecundas e, assim, gerar novas experiências.
Benedetta, concordando com Julián, destacou que “os projetos da AVSI têm grande êxito por causa do fator humano. As pessoas envolvidas fazem muito mais do que o esperado. Eles têm uma motivação, uma determinação e uma paixão maior pelo que desempenham”.
Satisfeito com a realização do Encontro, o diretor-presidente da AVSI Brasil, Fabrizio Pellicelli ressaltou que “a nossa capacidade nos últimos anos foi (e ainda é) interceptar os sinais da realidade e segui-los. Estamos atentos para perceber onde estão as necessidades das pessoas e estamos disponíveis a nos envolver, a dar uma resposta concreta a essas necessidades”.
