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O rosto do refugiado: conheça a história do jovem Brayan, refugiado no abrigo Rondon 3

O jovem chegou no Brasil às vésperas do Natal de 2020 com o sonho de viver novas oportunidades

O Dia Internacional dos Refugiados é comemorando em 20 de junho. Este mês, contaremos a história de alguns refugiados venezuelanos acolhidos nos abrigos em Boa Vista.

Conheça agora a história de Brayan Alexander Olmedo.

“Venho de uma família onde o pilar fundamental foram os meus avós que, junto com a minha mãe, me deram os valores e a motivação necessária para ser quem sou hoje”. É assim que Brayan Alexander, de 21 anos, inicia seu relato sobre como era vida no país de origem, a Venezuela.

O jovem chegou a cursar faculdade e trabalhar como auxiliar no escritório do governo do estado Delta Amacuro antes de vir para o Brasil: “na minha cidade, me destaquei na orquestra sinfônica estadual e em outras atividades como música e pintura. Terminei o ensino médio com reconhecimento acadêmico e entrei na faculdade para estudar contabilidade pública”.

Diante da crise humanitária instaurada na Venezuela, e com a economia sendo afetada diretamente, Brayan decidiu migrar para o Brasil em busca de melhores oportunidades de vida. O rapaz conta que a decisão foi tomada junto com o sentimento de desespero, mas que não desistiu pois tinha em mente que era a única opção de ter um futuro melhor.

Em dezembro de 2020, ele chegou em Pacaraima, município brasileiro que faz fronteira com a Venezuela, junto com uma amiga. “Cheguei a Pacaraima e lá uma conhecida nos recebeu, onde ficamos quase duas semanas e logo depois fomos para Boa Vista”. Na capital roraimense, Brayan conseguiu apoio da OIM (Organização Internacional para as Migrações) e refúgio no abrigo Rondon 3, onde está até hoje.

“Minha rotina aqui no abrigo é baseada em fazer atividades das comissões a que pertenço como alimentação, limpeza e voluntário da rádio “La Voz De Los Refugiados”. Além disso, sempre estou adquirindo outras responsabilidades, tendo como foco crescer pessoalmente e profissionalmente, pois é um sonho poder trabalhar um dia na AVSI Brasil”.

O jovem também conta que faz questão de participar dos cursos que são oferecidos no centro de acolhida para dominar melhor a língua portuguesa e conseguir entrar em uma faculdade, no futuro próximo. “Estudar e trabalhar são meus objetivos, entendo que isso vai me ajudar a seguir em frente, crescer e amadurecer”.

Mesmo longe da família e enfrentando as dificuldades do dia a dia, Brayan segue sonhando com a oportunidade de uma vida melhor. Quando perguntado sobre como resumiria quem é o refugiado, o jovem responde: “O refugiado é uma pessoa corajosa, capaz de cruzar fronteiras para alcançar o sucesso”.

Além disso, fez questão de deixar uma mensagem para todos aqueles que, assim como ele, foram forçados a sair do país de origem. “Quero que cada refugiado no mundo saiba que tem que continuar, que nunca desista dos seus sonhos e que mesmo que seja difícil estar longe da família e amigos, acredito que com esforço e dedicação vamos poder conquistar todos os nossos objetivos”, finaliza o rapaz.