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Adolescentes participam de grupo de diálogo para discutir retorno das aulas

A adolescente Raiane Barbosa Lima vive a expectativa do retorno às aulas presenciais na cidade de Trairi, no Ceará, após mais de um ano de fechamento das escolas

Com o avanço da pandemia do novo coronavírus, as aulas presenciais foram suspensas há mais de um ano. Assim como todas as crianças e adolescentes da cidade, a jovem Raiane Barbosa Lima, do município de Trairi, no Ceará, localizado a 137 Km de Fortaleza, passou todo esse tempo estudando em casa, por meio de aulas online. A estudante, que possui mais três irmãos, Raquele, Ray e Jeremias, de 10, 8 e 5 anos, não vê a hora de voltar para a escola.

Raiane conta que foi difícil se adaptar à nova realidade quando as escolas precisaram ser fechadas por causa da Covid-19. “No início foi um sentimento muito estranho ver as aulas sendo interrompidas”, explica a menina. “Tive um pouco de dificuldade com os conteúdos virtuais e foi preciso lidar também com os imprevistos. A presença do professor faz muita, mas muita falta.” Apesar da dificuldade com a tecnologia, o acesso foi fundamental para manter os laços com amigos. Para não perder contato com a turma, Raiane e os colegas se encontravam virtualmente, por meio de um aplicativo de videoconferência, para conversar sobre as aulas e para matar a saudade.

Grupo de Diálogo com Adolescentes

No mês de julho, Raiane participou de um grupo de diálogo com adolescentes, em Trairi-CE,  para discutir o retorno das aulas de forma segura, bem como práticas de prevenção e controle da pandemia. A iniciativa é parte do projeto Resposta à Covid-19, realizado pelo UNICEF, em parceria com a AVSI Brasil, que tem como objetivo contribuir para a continuidade dos serviços de educação e saúde nos municípios, garantido os direitos de crianças e adolescentes. “O encontro foi bem gostoso. Todo mundo deu sua opinião sobre o retorno das aulas presenciais. Eu e meus colegas manifestamos interesse imediato em retornar, mas para isso acontecer ficou claro para nós que isso depende de todos, e não só da escola”, explicou Raiane.

Segundo a adolescente, o encontro foi muito proveitoso, mas devido ao cuidado para evitar aglomerações, a escola precisou selecionar apenas alguns alunos para participarem do grupo. “Aprendemos muito também sobre algumas medidas que foram implementadas, como fazer a higienização das mãos assim que entrarmos na escola”, afirmou Raiane. “Compartilhei com os colegas que não puderam participar do encontro, conversamos muito e todo mundo se comprometeu a repassar as informações até chegar em quem ficou de fora.”

A própria escola também reforçou as recomendações com os alunos para o retorno seguro. Foi enviado um comunicado às famílias com todas as dicas e protocolos a seguir, como o uso obrigatório de máscaras, o distanciamento físico, uso de álcool em gel e a higienização das mãos. Ansiosa pelo retorno, Raiane não acredita que haverá muita dificuldade para seguir os protocolos sanitários. “No início pode ser difícil, mas depois vira hábito e fica tudo certo. Estou contando os dias e pedindo a Deus para que dê tudo certo. Muito tempo sem ir à escola, o frio na barriga é como se fosse meu primeiro dia na vida.”

Apoio dentro de casa

Quem se orgulha dos passos que Raiane tem dado é sua mãe, a dona de casa Antônia Gleiciene, que busca sempre apoiar a filha, incentivando seu crescimento. “Eu apoio e incentivo minha filha a ser uma aluna de destaque. Não para ser melhor que os outros, mas para buscar e alcançar o melhor dela”, revela. “Nós, pais, sempre queremos o melhor para nossos filhos, ter boas notas, conseguir uma boa profissão.”

No aguardo do retorno das aulas presenciais, Antônia conta que tem conversado com os filhos, ensinando práticas de prevenção contra o coronavírus. Muitas dicas, inclusive, são passadas pela própria filha, que após participar do grupo de diálogo com adolescentes, levou as informações para a família. “Cabe a nós, pais, ensinar e incentivar nossos filhos a voltarem para a escola. Já tem mais de um ano que as crianças estão estudando online, e não está sendo fácil”, explica a mãe de Raiane. Para Antônia, nada melhor que o ambiente escolar, com os professores e coordenadores, para dar seguimento à educação de seus filhos. Ela não esconde sua alegria com o retorno das aulas presenciais. “A gente fica com aquela ansiedade, como se eles fossem começar a estudar no maternal. Estou feliz porque o pior já passou. Somos vencedores e creio que vai dar certo a volta à escola.”