A família venezuelana Torrealba Garcia foi interiorizada em fevereiro, junto com outros grupos de venezuelanos, para trabalhar em um frigorífico local na cidade de Seara, em Santa Catarina. Na última quinta-feira (30) o aniversário do pai da família, Richard, foi comemorado de forma diferente. Pela manhã eles receberam a ligação de Todd Chapman, embaixador americano no Brasil, que os convidou para uma videoconferência realizada em espanhol.
A iniciativa partiu da própria Embaixada do Governo dos Estados Unidos, que está acompanhando a situação de algumas famílias interiorizadas pelo projeto Acolhidos por meio do trabalho, realizado no Brasil.
A interiorização da família Torrealba Garcia aconteceu por meio da parceria entre AVSI Brasil e o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJRM), com o projeto Acolhidos por meio do trabalho, que vem apoiando famílias de venezuelanos com acomodação, auxílio de assistência social, colaboração na integração local e na comunicação com empresas brasileiras.O projeto é financiado pelo Departamento de População, Refugiados e Migração (PRM) do governo americano.
Richard, sua esposa Annis, e o filhos Wilmer e Ridmary fizeram a conversa de sua própria casa, alugada recentemente. Eles contaram ao embaixador como foi a decisão de se mudarem para o Brasil. “Eu trabalhava na Venezuela, mas o que ganhava não permitia que eu comprasse qualquer coisa. Decidimos vir para o Brasil de um dia para o outro”, explicou Richard, que hoje trabalha no mesmo frigorífico com o filho. Junto deles também vive Alejandro, de 19 anos, que foi interiorizado e acolhido com a família.
Segundo Annis, a família chegou aos poucos em Pacaraima, na fronteira entre Venezuela e Brasil. Richard chegou primeiro, depois ela, em seguida Wilmer e, por fim, a caçula, que tem 14 anos. Há cerca de um ano e meio no Brasil tiveram que enfrentar os desafios da mudança, de aprender um novo idioma e de perdas familiares. “Meu pai veio comigo para o Brasil e ele começou a fazer um tratamento contra o câncer, em Boa Vista. Quando nos mudamos para cá, ele continuou o tratamento em Roraima, mas um mês depois ele veio a falecer”, disse Annis, emocionada.
Apesar dos desafios, a família demonstra muita felicidade pela nova vida no país. Agradeceram a Operação Acolhida, do governo brasileiro, por ter aberto as portas aos venezuelanos nesse momento difícil e à AVSI Brasil, por ter viabilizado que a família se deslocasse toda junta para a cidade em Santa Catarina.
Depois de cantar os parabéns junto com a família, o embaixador agradeceu pelo relato e se comprometeu a continuar apoiando os venezuelanos mais vulneráveis. “Foi fantástico conversar com vocês e poder comemorar seu aniversário em sua nova casa, com sua família”, finalizou Chapman.