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PROJETO BOA VISTA ACOLHEDORA REALIZA O PRIMEIRO SEMINÁRIO DE ECONOMIA CIRCULAR E AGROECOLOGIA EM RORAIMA

Iniciativa teve como objetivo mobilizar os atores multissetoriais mapeados pelo projeto para a criação de uma Agenda Intersetorial

O Projeto Boa Vista Acolhedora: um modelo de economia circular, regenerativa e inclusiva realizou o primeiro Seminário de Economia Circular e Agroecologia, no Auditório do Aipana Plaza Hotel, na cidade de Boa Vista, estado de Roraima. Participaram do seminário 69 pessoas, representando 34 organizações entre eles representantes de OSCs (Organizações da Sociedade Civil), do setor público e do setor privado, tendo uma representatividade de 61% do público feminino.

A iniciativa teve como objetivo mobilizar os atores multissetoriais mapeados pelo projeto para a criação de uma Agenda Intersetorial voltada à Economia Circular na cidade de Boa Vista. Além disso, o seminário buscou, também, capacitar representantes de diversas organizações em temáticas ligadas à Economia Circular, Advocacy, gestão de águas e elaboração e implementação de projetos na área.

O seminário é uma iniciativa da AVSI Brasil em parceria com a Fundação AVINA e a Escola Agrícola Rainha dos Apóstolos (EARA), com financiamento pela União Europeia, no marco das realizações do Projeto Boa Vista Acolhedora. O evento foi composto por uma mesa de abertura, quatro oficinas de capacitações (Economia circular, Advocacy, Gestão de projetos e Gestão da água), e, a 3ª reunião de articulação da Rede de economia circular e agroecologia.

Programação

A gerente Júlia Petek (AVSI Brasil), a articuladora local Rossana Tartari (Avina) e técnico socioambiental Paulo Bentes (EARA), realizaram a abertura do evento dando as boas-vindas aos presentes e exibindo o vídeo de apresentação do projeto, bem como expondo os conceitos que norteiam a proposta do mesmo, como a Economia Circular, Regenerativa, Inclusiva e Agroecologia.

Após as boas vindas, iniciou-se a Mesa de Abertura “Perspectivas e Desafios para Economia Circular e Agroecologia em Boa Vista-RR”, composta pelo Secretário Adjunto Alexandre Santos da Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Meio Ambiente (SPMA); a liderança indígena e ativista Tatiana Peixoto ou Tati Peppe, representando a Organização das Mulheres Indígenas de Roraima (OMIR); a professora Drª Luciana Barros, representando a Escola Agrotécnica da Universidade Federal de Roraima (EAGRO-UFRR); Thais Menezes, representando o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR); Marinalva da Silva, representando o Coletivo de Consumidores Responsáveis Camponesas do Lavrado; Drª Maristela Ramalho, representando a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA); e Eliene Araújo, representando o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e pequenas Empresas (SEBRAE-RR).

Cada participante da mesa teve a oportunidade para falar entre 7 e 10 minutos, apresentando ao público presente a atuação das organizações a qual representavam, as afinidades com as temáticas do Projeto, e os apontamentos a respeito das perspectivas e desafios para Economia Circular e Agroecologia em Boa Vista/RR.

 “O mundo não suporta mais a economia linear, a economia que vivemos. Precisamos fazer alguma coisa, quem sabe até 2030 nós já tenhamos de fato alguma coisa construída e desenvolvida no nosso Estado, no nosso Município, etc. E, evidentemente que o papel das políticas públicas, da Secretaria Municipal é fortíssima nisso, mas também todos os atores envolvidos. Gosto de pensar efetivamente que, por exemplo, as agricultoras familiares e os indígenas têm um papel fundamental aí”, declarou Luciana Barros,  professora Drª  da EAGRO.

Marinalva Moraes, componente das Camponesas do Lavrado e do Coletivo de Consumidores Responsáveis, afirmou que “o nosso projeto lá é tudo agroecológico e faz tempo que está com essa cara por onde ando, falo que é agroecológico, só que as pessoas não acreditam na gente. E a gente está pedindo socorro, falo por mim e pelos parceiros que vivem lá. Nós temos os nossos filhos, netos, todo mundo, tudo o que a gente planta a gente põe na mesa”.

O Secretário Municipal Alexandre Santos, da Prefeitura de Boa Vista, descreveu que “a política nacional de resíduos sólidos é muito clara com a questão da gestão compartilhada e atribuição de responsabilidade. Essa política pública, que é o plano de resíduos sólidos, contribui diretamente com o projeto Boa Vista Acolhedora, porque dentro da organização desses resíduos a gente prevê a organização do fluxo dos resíduos orgânicos e segregar esses resíduos orgânicos na fonte para nós é muito importante”.

Em continuidade ao Seminário, aconteceu ainda a apresentação do Diagnóstico: Desafios e Potencialidades para economia circular em Boa Vista-RR, realizado pela gerente do projeto Júlia Petek (AVSI Brasil). Na ocasião, foram apresentados resultados preliminares do estudo que vem sendo desenvolvido pela equipe do Projeto Boa Vista Acolhedora sobre a cadeia agrícola e gastronômica da cidade, com identificação dos principais desafios locais e as potencialidades para se criar uma experiência piloto de Economia Circular localmente.