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AVSI BRASIL DIVULGA PRIMEIRO RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DO PROJETO ACOLHIDOS POR MEIO DO TRABALHO

Estudo foi conduzido pela Pólis Pesquisa e traz insumos sobre a primeira fase de implementação do projeto, com destaque para as capacitações implementadas e os processos de interiorização de refugiados e migrantes venezuelanos

O perfil e as condições de progresso de refugiados e migrantes venezuelanos atendidos nos primeiros dois anos do projeto Acolhidos por meio do trabalho foram pesquisados e agrupados no primeiro Relatório de Avaliação, elaborado pela Pólis Pesquisa e lançado nesta semana pela AVSI Brasil e parceiros da Força-Tarefa da Operação Acolhida.


Para coletar as informações, o instituto trabalhou com três públicos-alvo: refugiados e migrantes venezuelanos que estavam em abrigos da Operação Acolhida, em Boa Vista; refugiados e migrantes venezuelanos interiorizados via trabalho; e representantes de empresas contratantes de diferentes localidades do Brasil. Os dados foram coletados ao
término da fase 1 do projeto e compreende o período de 2019 a 2021.


Foram avaliadas duas componentes do projeto, os cursos de Língua Portuguesa e profissionalizantes oferecidos em Boa Vista e os processos de interiorização via trabalho, realizados para diversas cidades do país, incluindo ainda o perfil sociodemográfico dos respondentes.


No que se refere aos efeitos do projeto no percurso da autonomia de refugiados e migrantes venezuelanos interiorizados no Brasil, estes foram analisados sob três dimensões: econômica, acesso aos direitos básicos e capital social. Entre os resultados, estão a taxa de 77,6% de pessoas que foram interiorizadas e mantiveram seus empregos
após três meses e o aumento significativo da renda familiar e de pessoas do arranjo familiar trabalhando, também após este período. Outro ponto de destaque foi o considerável acesso a saúde pública desde Roraima, onde a população estudada residia antes de ser interiorizada.

Já no âmbito das empresas contratantes, a pesquisa traz amostras sobre os perfis das contratações realizadas, como permanência no emprego, segmentos que mais contrataram e uma avaliação sobre os benefícios na contratação de mão-de-obra de refugiados. Neste aspecto foram destacadas características positivas, como educação,
habilidades interpessoais e um grande potencial para a permanência e ascensão na carreira.

O relatório também indica desafios e recomendações, onde a pesquisadora Bertha Maakaroun traz uma análise sólida para guiar ações voltadas à integração local da população refugiada e migrante que é atendida pelo projeto Acolhidos por meio do trabalho, seja com ações voltadas diretamente em Boa Vista, como nas outras cidades de acolhida.


Para a gerente do projeto, Thais Braga, o estudo permite a avaliar o projeto com base em dados científicos, proporcionando uma leitura crítica e realista sobre seus efeitos, que não se restringem necessariamente à iniciativa. ”Um dos resultados mais significativos foi a identificação de que a estratégia de interiorização via trabalho, proposta e liderada pela Operação Acolhida, possui um resultado duradouro, uma vez que a alta empregabilidade se mantém nos arranjos familiares interiorizados ao longo do tempo”.

Confira o estudo completo clicando aqui.

O projeto
O projeto Acolhidos por meio do trabalho teve início em 2019, e foi desenvolvido com o objetivo de melhorar o acesso ao trabalho formal a pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela e para a população brasileira em situação de vulnerabilidade, além de facilitar a integração socioeconômica com interiorizações de Roraima para outras localidades do Brasil, e oferta de cursos técnicos profissionalizantes.

A iniciativa busca facilitar a inserção de refugiados e migrantes venezuelanos no mercado de trabalho brasileiro, com interiorizações voluntárias de Roraima para as cidades onde estão localizadas as empresas contratantes – onde passarão a residir, inicialmente com moradia prevista pelo projeto, além de contarem com acompanhamento social e ajuda de custo, durante os meses iniciais.


O projeto tem o envolvimento do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), da Fundação AVSI e AVSI-USA e é financiado pelo Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos EUA, além do apoio institucional da Casa Civil da Presidência da República, da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR),
Organização Internacional para as Migrações (OIM), Rede Brasil do Pacto Global e de entidades da sociedade civil que atuam na temática do refúgio e da migração.